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REALMENTE QUERO UM PET?

Como fazer uma adoção Responsável?

Adotar um animal pode ser uma experiência fabulosa. Eles são capazes de trazer vários benefícios diretos e indiretos às nossas rotinas, como aliviar o estresse do dia-a-dia e estimular a realização de atividades fora de casa. Sem dúvida, um lar com animais de estimação é mais alegre. Porém, a realidade tem mostrado um número expressivo de abandono, por motivos diversos: porque existem problemas comportamentais, porque a rotina da família mudou, porque um bebê chegou, ou mudou-se de casa...a lista é longa, e não há como contestar.

 

Mudanças acontecem durante a vida do animal e ou o seu dono tem consciência disso e busca adaptar suas escolhas para continuar com o pet, ou desistem e o descarta, como vem acontecendo em proporção assustadora. Isso revela uma tendência das pessoas em adotar por impulso, de forma irresponsável.

 

Estima-se que existam mais de 30 milhões de animais em condição de abando no Brasil, entre cães e gatos.

 

Dessa forma, o principal ponto da questão é que um animal vive anos. Um cão pode viver entre 14 e 17 anos, por exemplo, e introduzi-lo na sua vida de forma responsável significa que terá uma relação duradoura com esse ser. Mais duradoura que muitos casamentos e a maioria de outros empreendimentos. É inevitável que mudanças ocorram nesse tempo, porém, seja qual for a dificuldade, certamente esse pet preferirá passar com seu dono que ser descartado num abrigo ou pior, nas ruas.

 

Primeiro, é importante compreender que animais são seres sencientes, ou seja, são capazes de sentir dor, apego, afeto, medo...a diferença entre amor e abandono, apesar de sua natureza diferente da humana e sua limitada capacidade de se expressar. Com fim de defendê-los, uma série de leis vem a garantir seus direitos como seres que não podem ser tratados como objeto: maltratados ou descartados. 

 

Ao decidir por introduzir um pet na família, deve-se considerar que vários aspectos da rotina e decisões futuras deverão levar em conta a existência e as necessidades dele, e buscar um meio termo ou uma alternativa para essas dificuldades que surjam com o passar dos anos. Além disso, outras questões devem ser tratadas antes da decisão final pela adoção:

 

  • O filhote ativo e engraçadinho que você poderá vir a escolher, um momento será um adulto, entrando em outros estágios da vida, e um dia envelhecerão, sentindo limitações que são comuns a qualquer humano, como: perda de visão, problemas de saúde crônicos, dificuldade de locomoção. E nesse momento, mais que nunca, precisará de amparo e cuidados, pois estarão frágeis e dificilmente alguém irá quere-lo. Você iria querer? Abandono em si é crime, e de um animal idoso, se reveste de um nível de crueldade ainda maior, pois não se adaptarão mais às ruas, em pouco tempo definharão, passando por severo sofrimento. Além do laço afetivo já estabelecido, que poderá causar profunda tristeza ao se separar do dono. Lembre-se que eles sentem tudo.

 

  • Essa é uma questão que nos leva à outro ponto importante: custo com cuidados. É preciso reservar um valor do orçamento familiar para as necessidades de vacinação, tosa, ração, vermífugo, eventuais problemas de saúde que surjam. Essa despesa variará de acordo com o momento de vida do animal, mas ter essa análise de custos é relevante. Lógico que os pets NÃO precisam de apetrechos, como roupas, sapatos, brinquedos, e esse valor pode ser bem modesto, de uma média de 400 a 500 reais ao ano. Há formas diversas de se criar um animal, alguns investem em supérfluo, mas para ele, um tempo com o dono, saúde e carinho já são suficientes.

 

  • Pessoas viajam, adoecem, precisam se ausentar de casa por algum motivo. É outra necessidade que não se pode evitar ao longo de 15 anos, concorda? Então antes de decidir pela adoção, encontre alternativas entre familiares, amigos, serviços de pet sitter, hotelzinho, etc. identifique qual solução será viável, inclusive financeiramente, para aqueles momentos de férias ou viagens de trabalho. O percentual de abandonos em período de festas e férias se eleva significativamente, certamente porque as pessoas não se programam para esses momentos.

 

  • É interessante saber que animais passam por dificuldades de adaptação também, no início, para todos, existe o desafio de adaptação ao novo lar; precisarão de dedicação e treinamento dos donos até compreenderem as regras da casa, locais para fazer necessidades, etc. O mesmo pode ocorrer quando há uma mudança na rotina - se inicia uma relação ou se tem um bebê - e eles podem apresentar problemas comportamentais, requerendo paciência e atenção dos donos até que superem. Em casos extremos, ajuda de um adestrador ou especialista poderá ser bem vinda. Porém, há também uma vasta literatura disponível criada por especialistas comportamentais que pode orientar no tratamento dessas situações, de forma menos onerosa que sessões com profissionais diretamente. Mas, para qualquer solução é preciso que se queira fazer e se dedique um pouco a isso. O animal em algum momento precisará ser a prioridade, infelizmente, às vezes nos momentos mais conturbados. Porém tudo passa, não sendo uma dificuldade momentânea motivo para excluí-lo da família.

 

  • Nunca dê um Pet de presente, você não saberá se o presenteado poderá ou desejará fazer as ponderações e sacrifícios relacionados acima. Também nunca considere dar um pet para uma criança, apostando que ela poderá cuidar e se responsabilizar por ele. Ao adotar para satisfazer o desejo de uma criança, entenda que ela é incapaz de cuidar plenamente de si mesma e da mesma forma, não estará apta a cuidar de outro ser. Essa será uma responsabilidade a mais para os pais e impactará na rotina.

 

   Adoção responsável exige envolvimento sincero e planejamento.

 

Se você ainda não conseguiu decidir, não se precipite. Visite um abrigo, apadrinhe um animal, passe algum tempo com eles. Há ONGS que permitem visitas semanais para que recebam algum tipo de cuidado e atenção.

 

Agora, se você conseguiu ponderar sobre todas as questões acima e decidiu que quer mesmo um PET, é hora de confirmar que tipo de pet combina com você. Passa na seção “Cão ou Gato” antes de ver nossa galeria de adoráveis peludos. Passa lá...

 

"A compaixão para com os animais é uma das mais nobres virtudes da natureza humana." Charles Darwin

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